O GRITO DA SECA
Há um grito gemendo
Ecoando no ar
E não precisa se ouvir
Para acreditar.
Que grito é esse
Que vem dos sertões?
Rasgando os pulmões
Quem está a gritar?
Já deu no jornal
Da capital federal,
Já passou no birô
Do governador.
Esse grito que ecoa
Tão forte agora,
Ah! Se fosse daqueles
Que muda a história!
É um grito, não ouças!
É um grito, não sintas;
São crianças famintas
De algum lugar!...
Os que pensam assim
É difícil entender
Porque pedem o voto
Pra nos defender.
Os homens que têm
O poder de mudar
Por que querem que o grito
Continue a gritar?
É difícil mudar?
Porém duvidamos;
E se fossem seus filhos
Que estivessem gritando?
Há um grito de fome,
Há um grito de sede,
Há um grito de horror,
De morte e de medo!
É o grito da seca
Que vem dos sertões,
Atrás de guarida,
Rasgando os pulmões!
O Nordeste que é terra
De um povo forte,
Como pode vencer
Essa sentença de morte?
Há crianças andando
Quilômetros na estrada,
Só para buscar
Uma lata de água!
Não! O Nordeste não é
Um filho viril
Da nossa pátria,
Do nosso Brasil!
Basta uma ação,
Uma ação de governo,
Pra fazer paraíso
O que hoje é ermo.
Aonde só tem
Crianças com fome,
O gado caindo
E o povo sumindo!
Deixando o sertão
Pra grande cidade,
Buscando comida
E felicidade.
Ai, meu Deus!
Como é triste se ouvir
Um grito que quer
Nosso peito partir.
Um grito que busca
Uma grande esperança,
E que sai tão fraquinho
De uma criança...
O sol se esconde...
A chuva aparece...
Ajude, meu Deus,
O pobre Nordeste!
ANTONIO COSTTA
Há um grito gemendo
Ecoando no ar
E não precisa se ouvir
Para acreditar.
Que grito é esse
Que vem dos sertões?
Rasgando os pulmões
Quem está a gritar?
Já deu no jornal
Da capital federal,
Já passou no birô
Do governador.
Esse grito que ecoa
Tão forte agora,
Ah! Se fosse daqueles
Que muda a história!
É um grito, não ouças!
É um grito, não sintas;
São crianças famintas
De algum lugar!...
Os que pensam assim
É difícil entender
Porque pedem o voto
Pra nos defender.
Os homens que têm
O poder de mudar
Por que querem que o grito
Continue a gritar?
É difícil mudar?
Porém duvidamos;
E se fossem seus filhos
Que estivessem gritando?
Há um grito de fome,
Há um grito de sede,
Há um grito de horror,
De morte e de medo!
É o grito da seca
Que vem dos sertões,
Atrás de guarida,
Rasgando os pulmões!
O Nordeste que é terra
De um povo forte,
Como pode vencer
Essa sentença de morte?
Há crianças andando
Quilômetros na estrada,
Só para buscar
Uma lata de água!
Não! O Nordeste não é
Um filho viril
Da nossa pátria,
Do nosso Brasil!
Basta uma ação,
Uma ação de governo,
Pra fazer paraíso
O que hoje é ermo.
Aonde só tem
Crianças com fome,
O gado caindo
E o povo sumindo!
Deixando o sertão
Pra grande cidade,
Buscando comida
E felicidade.
Ai, meu Deus!
Como é triste se ouvir
Um grito que quer
Nosso peito partir.
Um grito que busca
Uma grande esperança,
E que sai tão fraquinho
De uma criança...
O sol se esconde...
A chuva aparece...
Ajude, meu Deus,
O pobre Nordeste!
ANTONIO COSTTA