POEMAS SOBRE O RIO PARAÍBA
RIO PARAÍBA
Rio Paraíba
sangrado
saqueado
estuprado.
Rio Paraíba
desmatado
cercado
e esbarrado.
Rio Paraíba
invadido
extraído
poluído.
Rio Paraíba
controlado
minguado
privatizado.
Rio Paraíba
que saudade
da liberdade...
da integridade!
Rio Paraíba
berço da vida
água bebida...
que saudade!
saqueado
estuprado.
Rio Paraíba
desmatado
cercado
e esbarrado.
Rio Paraíba
invadido
extraído
poluído.
Rio Paraíba
controlado
minguado
privatizado.
Rio Paraíba
que saudade
da liberdade...
da integridade!
Rio Paraíba
berço da vida
água bebida...
que saudade!
ANTONIO COSTTA
ESSE RIO QUE EXISTE AGORA
Esse rio que existe agora
tão diferente na lida,
será o mesmo d'outrora,
da nossa infância querida?
Esse rio que existe agora
d'água suja, poluída,
será o mesmo d'outrora
ou é outro rio sem vida?
Esse rio que existe agora
sem ter mais força no ventre,
será o mesmo d'outrora
ou corre morto somente?
Esse rio que existe agora,
sem árvores em suas margens,
será o mesmo d'outrora
ou será uma miragem?
Esse rio que era tão limpo,
d'água pura, cristalina,
não sacia mais a sede
desta terra nordestina!
Esse rio que era tão cheio
de tilápia e de pial,
por que está assim deserto?
Nos responda o homem mal!...
ANTONIO COSTTA
Esse rio que existe agora
tão diferente na lida,
será o mesmo d'outrora,
da nossa infância querida?
Esse rio que existe agora
d'água suja, poluída,
será o mesmo d'outrora
ou é outro rio sem vida?
Esse rio que existe agora
sem ter mais força no ventre,
será o mesmo d'outrora
ou corre morto somente?
Esse rio que existe agora,
sem árvores em suas margens,
será o mesmo d'outrora
ou será uma miragem?
Esse rio que era tão limpo,
d'água pura, cristalina,
não sacia mais a sede
desta terra nordestina!
Esse rio que era tão cheio
de tilápia e de pial,
por que está assim deserto?
Nos responda o homem mal!...
ANTONIO COSTTA
QUANTO VALE A AREIA DO RIO?
Quanto vale a areia do rio
que a natureza juntou?
anos e anos, a fio,
tesouro que ela guardou.
Quanto vale a areia do rio
onde o vento deita e rola?
Quanto vale a areia do campo
onde eu brincava de bola?
Quanto vale, queremos saber,
a areia do Rio Paraíba?
que estão, todo dia, a vender,
agredindo o leito, a vida!
Quanto vale a areia do rio?
Entregue em troca de nada?
Ou vendida a preço d'ouro,
tesouro da terra amada!
Por homens gananciosos
que fazem negociata.
Quanto vale a areia do rio,
do rio que se fere e mata?!
que a natureza juntou?
anos e anos, a fio,
tesouro que ela guardou.
Quanto vale a areia do rio
onde o vento deita e rola?
Quanto vale a areia do campo
onde eu brincava de bola?
Quanto vale, queremos saber,
a areia do Rio Paraíba?
que estão, todo dia, a vender,
agredindo o leito, a vida!
Quanto vale a areia do rio?
Entregue em troca de nada?
Ou vendida a preço d'ouro,
tesouro da terra amada!
Por homens gananciosos
que fazem negociata.
Quanto vale a areia do rio,
do rio que se fere e mata?!
ANTONIO COSTTA
RIO PARAÍBA DO NORTE
Paraíba do Norte, oh rio Paraíba!
Quem te prendeu na barragem Acauã?
Cadê tuas águas? O teu grande afã?...
Quem foi que te fez franzino na vida?
Quem foi que arrancou tuas plantas das margens?
Quem foi que enfiou essa draga em teu peito?
Quem te carregou toda areia do leito,
Deixando-te assim, quase uma miragem?...
Rio Paraíba do Norte e da morte
Outrora tão cheio, tão bravo, tão forte!
Hoje tão frágil diante de mim...
Onde eu menino, banhei-me em tua água,
Pesquei camarão, piaba e tilápia...
Hoje tão seco... Será o teu fim?!...
Quem te prendeu na barragem Acauã?
Cadê tuas águas? O teu grande afã?...
Quem foi que te fez franzino na vida?
Quem foi que arrancou tuas plantas das margens?
Quem foi que enfiou essa draga em teu peito?
Quem te carregou toda areia do leito,
Deixando-te assim, quase uma miragem?...
Rio Paraíba do Norte e da morte
Outrora tão cheio, tão bravo, tão forte!
Hoje tão frágil diante de mim...
Onde eu menino, banhei-me em tua água,
Pesquei camarão, piaba e tilápia...
Hoje tão seco... Será o teu fim?!...
ANTONIO COSTTA
O HOMEM NÃO É UM BICHO
O homem não é um bicho,
mas se torna um bicho-homem;
quando ele polui o rio
das águas que ele consome!
mas se torna um bicho-homem;
quando ele polui o rio
das águas que ele consome!
O homem não é um bicho,
mas perde todo renome;
quando ele polui as águas
dos peixes que a gente come!
mas perde todo renome;
quando ele polui as águas
dos peixes que a gente come!
O homem não é um bicho,
mas esse nome faz jus;
quando ele joga no rio
o lixo que ele produz!
O homem não é um bicho,
mas se torna um lobisomem;
quando agride a natureza,
não tem outro cognome!
mas esse nome faz jus;
quando ele joga no rio
o lixo que ele produz!
O homem não é um bicho,
mas se torna um lobisomem;
quando agride a natureza,
não tem outro cognome!
ANTONIO COSTTA
CADÊ?...
- as barracas ocuparam.
Cadê os casarões históricos?
- os homens derrubaram.
Cadê as florestas nativas?
- os homens arrancaram.
Cadê os rios libertos?
- os homens cercaram.
Cadê as águas saudáveis?
- os homens contaminaram.
Cadê as areias do rio?
- venderam pr'um Areeiro.
e cadê os políticos daqui?
- estão contando o dinheiro!
ANTONIO COSTTA
Cadê os casarões históricos?
- os homens derrubaram.
Cadê as florestas nativas?
- os homens arrancaram.
Cadê os rios libertos?
- os homens cercaram.
Cadê as águas saudáveis?
- os homens contaminaram.
Cadê as areias do rio?
- venderam pr'um Areeiro.
e cadê os políticos daqui?
- estão contando o dinheiro!
ANTONIO COSTTA