(A partir das 19:30, na AABB de Itabaiana)
Depois do amor de uma mulher, nada mais prende um poeta do que o amor à sua terra natal. O grande bardo Gonçalves Dias assim cantou, na memorável Canção do Exílio: “Não permita Deus que eu morra/ sem que volte para lá;/ sem que veja as palmeiras/ onde canta o sabiá!”. O poeta itabaianense Agenor Otávio, de setenta e quatro anos de idade, por sua vez, canta em seus versos uma canção de amor a sua terra natal, com o mesmo sentimento dos grandes poetas românticos do século dezenove. Entretanto o poeta confessa-se indeciso aonde passar a eternidade:
“Aqui deixo meus amigos,
A minha família também,
Mas trocaria até o Paraíso
Porque aqui me sinto bem.
Confesso está indeciso
Sobre embarcar nesse trem.”
O poeta neste seu novo livro, AO POVO MINHA POESIA, À ITABAIANA MEU CORAÇÃO, canta a sua terra como um sabiá na palmeira balançada pelo vento da inspiração. Seus versos são populares, mas o poeta deve falar a língua do povo, quando pretende exaltar as proezas da sua terra e da sua gente.
“Ao povo minha poesia,
A Itabaiana meu coração,
Na esperança que um dia
Meus poemas cultivarão.
Registrando minha alegria,
Meu amor ao meu torrão.”
Mesmo que o reconhecimento merecido ainda não tenha chegado, o poeta continua a sua caminhada fazendo o seu protesto:
“Só as flores dos jardins
É que são bem cuidadas,
São diferentes de mim,
Ficam na mesma morada.
Mas comigo é assim...
Usam e deixam desprezada!”
Apesar de Agenor Otávio ter declarado que este seria o seu último livro de poesia a ser publicado, eu não acredito que o poeta vá se calar diante de tanta beleza que sua terra amada possui, e que ele sempre fez questão de retratar em seus versos.
“Tu és divina e graciosa,
O teu sorriso me ilumina.
Te acho bela e formosa
Como a flor da campina,
Pois ao romper da aurora
Enfeitas monte e colina.”
Por isso é que o poeta Agenor Otávio merece o nosso carinho e a nossa admiração, pelo seu amor incondicional a terra que o viu nascer, crescer e se tornar poeta.
Parabéns meu grande amigo!
Itabaiana seguirá contigo
E a tua poesia não morrerá.
ANTONIO COSTTA